O tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira. Essa prática criminosa, além de causar impactos irreversíveis ao meio ambiente, movimenta uma rede clandestina de alto lucro.
De acordo com Kátia Freire, engenheira florestal e secretária municipal de Meio Ambiente de Ilhabela, a atividade é considerada a terceira maior ação ilícita do mundo, gerando aproximadamente 20 bilhões de dólares por ano. O Brasil, infelizmente, participa desse cenário com cerca de 10% desse total, o que corresponde à retirada de aproximadamente 38 milhões de animais das florestas brasileiras anualmente.
Espécies como papagaios, periquitos, araras, passarinhos, rãs e borboletas estão entre as mais visadas pelos traficantes. Esses animais são retirados de seus habitats naturais e submetidos a condições degradantes durante o transporte, muitas vezes não resistindo ao processo.
Kátia Freire destaca a importância da Lei 9.605/1998, que prevê penalidades rigorosas para crimes ambientais: “A legislação brasileira é bem clara em relação às sanções para condutas que causem danos à fauna e à flora. No entanto, é essencial que, além da fiscalização e das apreensões, seja feito um trabalho de conscientização para que a população compreenda os riscos de financiar esse tipo de crime”.
A lei estipula que manter, perseguir, caçar ou apanhar animais silvestres sem a devida autorização é crime, com pena de até três anos de reclusão. Contudo, a mudança de comportamento da sociedade é fundamental para combater essa prática. “Precisamos intensificar as ações educativas e reforçar a responsabilidade de todos em proteger nossa biodiversidade”, afirma Kátia.
A Prefeitura de Ilhabela faz questão de reforçar o compromisso com a preservação ambiental e convida a população a colaborar na luta contra o tráfico de animais. Caso presencie qualquer atividade suspeita, denuncie à Polícia Militar Ambiental pelo telefone (12) 3896-0811.
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