A regularidade numa competição com muitas variações climáticas e mudanças nas regatas fez do +Bravíssimo o campeão geral da 48ª Semana Internacional de Vela de Ilhabela. A briga pelo título geral na classe ORC, considerada a Formula 1 da modalidade, foi uma das mais acirradas dos últimos anos, com quatro barcos se revezando nos primeiros lugares na classe ORC. Além do veleiro do Espírito Santo comandado por Luciano Secchin, também estavam no páreo o moderno Phoenix do multicampeão Eduardo Souza Ramos, o Xamã-Matrix Energia de Sergio Klepacz e o Rudá de Mário Martinez. A classe ORC reúne os barcos de regata mais modernos e rápidos da vela oceânica. Nesta edição, contou com 18 veleiros dos 81 inscritos na Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Mesmo sem vencer nenhuma regata, o +Bravíssimo levou o troféu mais importante da vela oceânica da América do Sul para casa.A persistência fez dos capixabas os mais novos vencedores da tradicional competição, que em 2021 marcou o retorno em Ilhabela (SP) após a fase sem regatas em função da COVID-19. “Ganhamos a competição sem ganhar nenhuma regata. O que mandou foi a regularidade. Na quarta-feira, quando ventou muito, conseguimos nos defender, diferente dos barcos menores. Nos dias em que ventou pouco, fomos bem”, definou Luciano Secchin, comandante do +Bravíssimo.Barco mais moderno do Brasil, lançado na Semana de Vela de Ilhabela, o Phoenix abriu a disputa no domingo (25) como o Fita-Azul, primeiro a cruzar a linha de chegada, na regata Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil. A vitória no tempo corrigido ficou com o Xamã – Matrix Energia, que permaneceu na liderança até quarta-feira. Já o +Bravíssimo somou três segundos lugares e um quarto lugar, e foi ganhando posições ao longo da semana, desbancando outros favoritos. “Ganhamos na ORC B em 2017 e em 2019. Ficamos em terceiro geral em 2018. Sempre batendo na trave.””Mas a partir do ano passado embalamos, ganhamos no Uruguai e no Rio de Janeiro. E é muito bom trazer essa vitória para o Espírito Santo, um estado que não tem muita tradição em vela, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, completou Luciano Secchin.O comandante fez questão de ressaltar a ajuda da equipe do Xamã, que brigava com eles pela liderança. Quando o +Bravíssimo teve um problema elétrico, na véspera da disputa final, o adversário disponibilizou uma bateria. Disputa com as máquinas de regatasLuciano Secchin também fez uma analogia entre o seu barco e o de Eduardo Souza Ramos, apontado como o mais moderno do Brasil. O Phoenix é um Botin 44 com muita tecnologia a bordo. “Quando eles acertarem o barco, serão imbatíveis. Estão aprendendo a andar num Porsche. O nosso barco é um Honda Civic, mas tiramos tudo dele.”Onze vezes campeão da Semana de Vela de Ilhabela, Eduardo Souza Ramos celebrou o resultado alcançado pelo Phoenix logo em sua estreia na competição. “Hoje tivemos um sexto e um primeiro lugar, e ficamos muito felizes. Foi melhor do que esperávamos, considerando que nossa primeira velejada com esse barco foi um dia antes do início do evento.””O barco é uma delícia de velejar, responde muito rápido. Mesmo hoje, com ventos de 12 nós, ele chegava a planar em alguns momentos”, destacou o comandante. Porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Los Angeles 1984, Eduardo Souza Ramos reforçou ainda o papel da organização das regatas da competição diante das variações bruscas no clima. “Tivemos dias que não foram fáceis, e a organização soube administrar muito bem.”As disputas equilibradas marcaram as regatas da maioria das outras sete classes, dando o tom do evento. Com quase cinquenta anos de história, a maior competição de vela oceânica da América do Sul mostrou que ainda tem fôlego para surpreender, trazendo novidades para as raias e atraindo novos competidores.Mesmo com a pandemia de coronavírus e os rígidos protocolos de segurança, o Yacht Club de Ilhabela recebeu 81 barcos e quase 600 velejadores. Entre eles, cerca de um quarto estreou este ano no litoral paulista, indício de que o evento segue cumprindo o papel de fomentar o esporte no País. Campeões na ORCORC Geral1. +BravíssimoORC A1. Xamã/Matrix Energia2. Rudá3. Phytoervas 4ZORC B1. +Bravíssimo2. Catuana Kim3. Asbar IVORC Silver1. Lucky/Alforria2. Bravo3. JazzCampeões de 2021ORC Geral – +BravíssimoORC A – Xamã/Matrix EnergiaORC B – +BravíssimoORC Silver – Lucky/AlforriaRGS Geral – ZeusRGS A – ZeusRGS B – Beleza Pura 2RGS C – BrazucaBico de Proa Geral – BL3 MangalôBico de Proa A – BL3 MangalôBico de Proa B – H2OrçaBico de Proa C – Super BakannaC30 – KaikiasHPE25 – EspetáculoClássicos – Kameha MehaMini Transat – JacaréMulticascos – Maré XX
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